As adições não são apenas de drogas e álcool. O Jogo é um dos mais perigosos problemas de adição, ainda que muitas vezes não seja visto como tal.
A aposta em jogos é, basicamente, uma aposta em incertezas. Trata-se de apostar sem saber se vai compensar e poder mesmo perder tudo, tendo também muito a ver com sorte, ou não, no jogo.
Tal como qualquer outra adição, o vício em jogo é considerado uma perturbação crónica que faz com que a pessoa repita compulsiva e involuntariamente um determinado comportamento. Quem joga espera sempre ganhar, mas a verdade é que muitas das vezes acaba por perder tudo aquilo que apostou (maioritariamente dinheiro e bens).
O adito pode estar horas e horas sentado numa mesa de jogo, agarrado a uma máquina, comprar todos os dias “raspadinhas”, deixando lá todo o dinheiro que tem e, muitas vezes, também aquele que não tem.
Sinais de alerta
Com o passar do tempo, vão existindo sinais de alerta que nos indicam que o comportamento do jogo se está a agravar e estamos perante uma situação de adição.
- Passar a maior parte do tempo a jogar
Para o adito, não existe mais nada para além do jogo. Deixa para segundo plano tudo o que é importante e é preciso fazer. Não cumpre as suas responsabilidades, sejam elas quais forem, e apenas o jogo é importante para si e para a sua vida.
- Danos sociais
Uma adição a qualquer coisa, como drogas ou jogos, traz problemas não só para o adito como também para as pessoas que o rodeiam. Os familiares e amigos que convivem diariamente com a pessoa em questão acabam também por sofrer com estes vícios. As responsabilidades familiares, sociais e profissionais deixam de ser cumpridas e apenas o jogo tem um papel central e importante na sua vida. O adito começa a mentir e a manipular quem lhe é mais próximo para conseguir esconder a adição.
- Persistência em jogar, independentemente de saber os riscos que corre
Jogar traz várias consequências negativas, não só financeiras como também psicológicas, familiares, sociais e profissionais. Quando o adito continua no jogo, sem saber parar, apesar de conhecer as consequências, é um sinal da incapacidade que este tem de se controlar.
Tratamento
Os tratamentos utilizados dependem em muito do estado de avanço do adito, do nível de gravidade e até da própria personalidade da pessoa.
É fundamental que a pessoa tenha motivação para a mudança e para deixar o vício. O tratamento implica abstinência, ou seja, o adito tem de parar de jogar.
A psicoterapia é um dos tratamentos existentes, onde o indivíduo percebe que função o jogo desempenha na sua vida, que lacunas está a colmatar e aprende a gerir as suas necessidades de um modo mais saudável e equilibrado. Também o envolvimento do sistema familiar pode assumir uma grande importância no tratamento e recuperação.